quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ingrid Guimarães filma De Pernas Pro Ar 2 em Nova York


Às vésperas de completar 40 anos, em julho, Ingrid Guimarães se sente melhor que nunca. A atriz está mais bonita, madura e vai fazer uma grande festa. “Me sinto muito mais bonita que aos 30. Vou comemorar de verdade, porque cheguei (aos 40) do jeito que queria”, diz ela. Ingrid conta que tem cuidado mais de sua saúde com uma boa alimentação e exercícios físicos, como o pilates, além de medicina antienvelhecimento. “Quero ter mais energia porque ainda quero ser mãe de novo”, revelou a atriz, que sonha ter um menino, agora que a filha Clara, de seu casamento com o artista plástico René Machado, (41) está com dois anos.
Enquanto fotografava com o ator que faz seu filho no filme De Pernas Pro Ar 2, a vontade ficou ainda maior. “A gente se abraçando, se beijando e fiquei com vontade”, disse. Na esteira do sucesso de De Pernas Pro Ar, assistido por 3,6 milhões de pessoas, em 2011, Ingrid acaba de rodar a sequência dele, no Rio de Janeiro, e em junho segue para Nova York, nos Estados Unidos, para terminar as filmagens. “Vou filmar em um país que, pra mim, tem uma referência de coisas que gosto muito, como Woody Allen (76), sou da geração Sexy in the City, então me reunia com as minhas amigas pra assistir”, explica a atriz. Apaixonada pela Big Apple, sua primeira viagem internacional, aos 15 anos, foi para lá. Em entrevista à CARAS Online, a atriz falou de suas expectativas para a viagem, sobre o filme, novos trabalhos e revelou que a filha adora estar nos bastidores.

Em julho você faz 40 anos.  Rolou alguma crise?
- Não. Acho que estou chegando muito bem aos 40, hoje sou muito mais bonita, melhor pessoa, me sinto ótima. Sou muito empolgada, ingênua, e os 40 estão trazendo pra mim uma maturidade de saber quem são os meus amigos, o que quero pra minha vida e, fisicamente, me sinto muito mais bonita que aos 30. Vou fazer uma grande festa, com uma amiga de 20 anos. Vou comemorar de verdade  porque cheguei do jeito que eu queria.
Faz alguma atividade física?
- Faço pilates, estou dois meses sem fazer por causa do filme, mas é o meu exercício. Os 40 vieram com uma coisa de se cuidar, estou me cuidando pra caramba, vejo a minha alimentação com uma nutricionista, busquei a medicina antienvelhecimento, não física, quero ter mais energia porque ainda quero ser mãe de novo.
- Gostaria de ter um menino?
- Hoje estava tirando foto com o meu filho no filme e a gente se abraçando, se beijando, e fiquei com vontade de ter um menino. Agora, pela primeira vez, estarei só ensaiando uma peça, uma coisa que não existe na minha vida, porque estou sempre fazendo teatro, televisão, cinema. De janeiro pra cá, já fiz isso tudo. Agora estou querendo baixar um pouco a bola, voltar a estudar, ensaiar a peça e ficar mais com a minha filha. Para daí começar a pensar em outro filho, mas penso, claro, só quero estar calma no momento.
- Você é vaidosa?
- Dermatologista e cabelo são sagrados pra mim, vou praticamente toda semana. E o processo dela não é muito de cremes, é de prevenção, laser, essas coisas. Me dedico muito a isso e ao pilates. E tem o outro lado que é a acupuntura, homeopatia, que me acalmam internamente.
- Quando surgiu a ideia de fazer o De Pernas Pro Ar 2?
- No final das filmagens, a Mariza Leão (produtora) teve essa ideia, independentemente do sucesso, que a gente não imaginava. Ficávamos brincando que as mulheres iam gostar, mas não imaginávamos que o filme iria atingir todo o tipo de público, desde a terceira idade, aos adolescentes, à famosa classe C e D, casais. Tanto que na última cena entro em um barquinho, vou embora, pego o telefone e o texto citava Los Angeles, mas na hora da filmagem, recebi um telefonema em que a Mariza pedia para eu trocar Los Angeles por Nova York, porque ela pensava em filmar o 2 lá. Depois do sucesso do filme, isso se concretizou muito rapidamente. Nesse tempo, pudemos trabalhar no roteiro. Dessa vez tive mais liberdade para entrar no roteiro, participei de todas as reuniões, dei ideias de cenas, reescrevi algumas,  escrevi outras, então foi ótimo, um trabalho bem em conjunto.
- Está preocupada com a expectativa gerada em torno da segunda versão do filme?
- Essa ansiedade é sempre do outro, se a gente entrar nela, não faz o trabalho como tem que ser. Porque faz parte de fazer humor uma leveza, uma criatividade, um descompromisso para que flua da melhor maneira possível. Estamos tentando não pensar nisso. No meu Twitter, nas ruas, as pessoas falam que estão esperando o 2, são muitas perguntas, expectativas, mas uma coisa eu aprendi nessa profissão, não existe nenhuma fórmula, a gente nunca sabe, claro que vai partir de uma simpatia, curiosidade de quem já viu querer ver o 2.

- Quais são as  novidades do 2?
- Primeiro é Nova York, porque vou filmar em um país que, pra mim, tem uma referência de coisas que gosto muito, como Woody Allen, sou da geração Sexy in the City, então me reunia com as minhas amigas pra assistir, e de certa maneira é um tema parecido com o De Pernas Pro Ar. Vai ser uma delícia estar numa cidade pela qual sou apaixonada, vou desde 15 anos pra lá, foi minha primeira viagem internacional. Ano passado, o filme esteve no festival de Nova York (9º Cine Fest Petrobras Brasil – NY) e foi um sucesso, teve briga na porta para entrar, os americanos adoraram. Então isso dá um outro clima pra gente filmar, uma cidade que tem tantas referências de cinema. E a personagem do filme está à procura de alguma coisa, tentando ser bem-sucedida e, no segundo filme, ela chegou a esse lugar, com cem lojas abertas, loja em Nova York, mais rica, muito poderosa, e isso com menos tempo pro marido, pra ela mesma. Quando o filme diz que ela chegou ao sucesso, as pessoas acham que tudo parou ali e que a vida dela está ótima, para o resto da vida...

- E não é bem assim...
- Na verdade, manter o sucesso gera mais estresse e ansiedade do que procurar por ele. O filme é ela tentando, o tempo inteiro, conciliar essa mulher muito bem-sucedida com a família, o filho adolescente, com essa possibilidade de o casamento não suportar, de novo, essa falta de tempo.
- Acha que o mote sexo foi um ingrediente a mais para o sucesso?
- O que faz o público não se assustar com os coelhinhos, os vibradores, os orgasmos, principalmente sendo o Brasil um país tão conservador, é que a história é contada realmente através de uma família. As mulheres se identificam com aquela mulher, as mães se identificam com aquela mãe, os homens acham aquele cara legal e, é claro, que ajudou a cair o mito do objeto sexual, que até pouco tempo atrás as pessoas tinham vergonha de contar, você comprava quase como se estivesse comprando droga. Fui a uma loja em São Paulo que você apertava a campainha e entravam dois por dois para comprar vibrador (risos). E me lembro que fui com duas amigas: “Vamos lá comprar” (ela baixa o tom de voz), não podia falar o que era. As pessoas contam na rua que vão comprar objetos sexuais com as amigas ou que nunca tinham ido a uma sexy shop, porque viram no cinema uma mulher comum, igual a elas, trabalhadora, estressada usar e ser feliz. Isso do prazer foi muito legal, porque brasileiro é safado só entre quatro paredes. Então acho que ajudou sim a dar um toque mais original para o roteiro.

- Vocês vão filmar em Nova York. Vão ficar quanto tempo?
- A gente filma durante uma semana e depois fica mais uns dias.
- Vai levar sua filha?
- Não vou. Até ia levar, mas o pai vai trabalhar muito também, e lá serão 14 horas de trabalho por dia, levaria a babá que não fala inglês, então eu ficaria tensa. Estou deixando um grande esquema pra ela aqui, vai ficar com a avó, minha sogra, vai pra casa da minha irmã que tem filha da mesma idade. Estou indo pra trabalhar, depois vou curtir três dias só, porque também não vou aguentar ficar muito tempo longe.
- Já levou sua filha para o set de filmagens?
- Trouxe algumas vezes. Estou mais distante de casa e ela sente a minha falta, uma das coisas que eu faço é trazê-la para o trabalho da mamãe, pra que ela saiba o que é, o porquê da mamãe ficar longe de casa. E até então era o teatro, porque em Cócegas ela entrou comigo no palco várias vezes. Já trouxe ao set umas três vezes e ela ama, acorda e fala: “Quero ir pro trabalho da mamãe”. Ela senta aqui no camarim e o Martim (maquiador) dá um pincel pra ela, ou então ela me maquia junto com ele, acha o máximo, fala que fez a maquiagem. Claro, depende da cena que eu trago, porque tem cenas proibidas, mas ontem a levei e ela ficou quietinha sentada. A Mariza a colocou do lado do monitor, pra ela me ver na televisão. Perguntei se ela tinha gostado e ela disse que sim, aí perguntei o que a mamãe faz, ela respondeu: “A mamãe brinca”. Achei muito legal, porque brinco mesmo (risos). Perguntei onde você viu a mamãe e ela disse que me viu na “lelevisão, mas prefiro teatro”.
- Você a leva sempre ao teatro?
 - Sempre, porque eu viajo e não a deixo no final de semana. Ela fica comigo no hotel, entra no final da peça, fica comigo no camarim. Já é um clima que ela adora.
- Vem uma atriz por aí?
- Não sei. No dia em que ela entrou pela primeira vez, deixei todo mundo a postos, babá, porque pensei que ela ia chorar, estava lotado, era um teatro de 2500 pessoas, e ela não queria ir embora, mandou beijo para o público.
- Já são quantos anos de carreira?
- Uns dezessete... nossa! Muito tempo!
- Você está sempre fazendo várias coisas ao mesmo tempo, tem também o Homens Possíveis. Vem mais novidade por aí?V
- Fiz o Macho Man, emendei no Homens Possíveis, emendei no filme, fiz também uma participação no filme Totalmente Inocentes e, agora, vou começar a ensaiar uma peça com Du Moscovis (43) e mais dois atores que ainda estamos fechando. É um texto de um autor americano chamado Neil LaBute (49), com direção do João Fonseca (45), produção do Sandro Chain, a peça chama Razões para ser Bonita. É uma peça que tem cenas engraçadas, mas não é uma  comédia escrachada como Cócegas, fala sobre a questão da beleza, que está muito em voga. Estava na hora de recomeçar no teatro com uma outra coisa. No segundo semestre, devo fazer mais dois filmes, mas não está fechado.
Homens Possíveis também foi uma ideia sua, assim como Mulheres Possíveis?
- Fiz o Mulheres durante três anos e já estava com vontade de fazer o Homens há muito tempo, mas a Globo não me liberava, porque estava sempre fazendo alguma coisa. Acho que já se falou muito das mulheres, agora a gente quer saber um pouco do que esses caras pensam. Tem sido uma experiência super diferente pra mim, porque as mulheres se abrem mais rápido, o homem é mais fechado, ao mesmo tempo é mais prático nas respostas. Em vez de fazer uma esquete no final, a gente faz uma brincadeira de menino entre eles. São vários homens diferentes, de Walcyr Carrasco(61) a Rodrigo Santoro (36), Serginho Groisman ((61), Diogo Nogueira (31), Martinho da Villa (74), Leandro Hassum (38), Nelson Motta (68), Luciano Huck (40), não são só atores. E gosto muito de entrevistar, o pessoal do filme brinca comigo, porque chega alguém aqui eu descubro a vida inteira da pessoa. Uma das coisas que mais gosto na vida é de conhecer pessoas, conversar, sou muito curiosa a respeito do outro, eles brincam que tenho a capacidade de deixar os outros muito à vontade. Acaba uma entrevista no Homens Possíveis e eles falam “gente, contei tudo”. Se eu puder, farei a segunda temporada, mas não sei ainda.
- Pede sugestões a seu marido sobre o que deve perguntar?
- Conversei muito com ele, meu marido é bem homem, bofe! Mas tenho dois grandes amigos, o cantor Zé Ricardo (41) e o Bernardo Fonseca, que é do mercado financeiro, com quem sempre almoço. Intensifiquei esses almoços e fiquei perguntando qual a fragilidade do homem, do que eles têm medo, onde está a vaidade deles.


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